segunda-feira, fevereiro 03, 2014

reCiclar...



Naquele sábado de aleluia, A M.C. disse em palavras aquilo que me atormentava a alma. 
E o que saiu foi assim parecido: " Não tenho nenhum dom. Não sou especialmente boa em nada. Não me destaco.. (etc). Mas descobri que sou equilibrada. Faço bem um pouco de várias coisas. Não sobressaio muito na faculdade, não sobressaio em nenhum instrumento musical, não sou a melhor em propriamente nada, mas sou boa em várias áreas. E tenho que aproveitar isso como um dom também. O meu dom não é ser brilhante em nada, mas ser equilibrada em várias coisas." 

Escolhi Medicina porque isto me ajudou a clarificar-me. Já naquela altura tinha medo e não ser uma óptima médica, de excelência! (como se pudesse só ser boa farmacêutica). Tomei consciência que não tinha perfil  para ser uma excelente investigadora nem uma médica de excelência, mas que podia ser boa farmacêutica ou boa médica, desde que conseguisse ser também boa filha, boa irmã, boa nadadora, boa cidadã, boa amiga, boa madrinha, boa a cantar... 
Não sei se foi um contentar-me em ser boa em vez de óptima, mas sei que essa resolução me deu paz. 

Reencontrei a M.C. por "ironia" (?) da vida num contexto bem mais próximo do que se adivinhava. 
E reencontro novamente esta inquietação. Já não sei se consigo ser boa nisto tudo. Se o equilíbrio é possível com vantagem para todas as partes, sem perdas... 

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